Você sabia?
Que foi no dia 03 de julho de 1951 a "Aprovação da Lei Afonso Arinos, que condena a discriminação de raça, cor e religião?
Vejamos o que publica essa Lei!
LEI AFONSO ARINOS
LEI Nº 1.390, DE 3 DE JULHO DE 1951
Inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceitos de
raça ou de cor.
(Revogada pela LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º Constitui contravenção penal, punida nos termos desta Lei, a recusa, por parte de
estabelecimento comercial ou de ensino de qualquer natureza, de hospedar, servir,
atender ou receber cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou de cor.
Parágrafo único. Será considerado agente da contravenção o diretor, gerente ou
responsável pelo estabelecimento.
Art 2º Recusar alguém hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento da
mesma finalidade, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses
a um ano e multa de Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$20.000,00 (vinte mil
cruzeiros).
Art 3º Recusar a venda de mercadorias e em lojas de qualquer gênero, ou atender
clientes em restaurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público,
onde se sirvam alimentos, bebidas, refrigerantes e guloseimas, por preconceito de raça
ou de cor. Pena: prisão simples de quinze dias a três meses ou multa de Cr$500,00
(quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
Art 4º Recusar entrada em estabelecimento público, de diversões ou esporte, bem como
em salões de barbearias ou cabeleireiros por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão
simples de quinze dias três meses ou multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a
Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
Art 5º Recusar inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ou
grau, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano ou
multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda do
cargo para o agente, desde que apurada em inquérito regular.
Art 6º Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao
serviço em qualquer ramo das forças armadas, por preconceito de raça ou de cor. Pena:
perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o
funcionário dirigente de repartição de que dependa a inscrição no concurso de
habilitação dos candidatos.
Art 7º Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista,
empresa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça
ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano e multa de Cr$500,00
(quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros), no caso de empresa privada;
perda do cargo para o responsável pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de
economia mista e empresa concessionária de serviço público.
Art 8º Nos casos de reincidência, havidos em estabelecimentos particulares, poderá o
juiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento por prazo não superior
a três meses.
Art 9º Esta Lei entrará em vigor quinze dias após a sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 3 de julho de 1951; 130º da Independência e 63º da República.
GETÚLIO VARGAS
Francisco Negrão de Lima
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